terça-feira, 18 de setembro de 2012

Denúncias de fraudes no Iases derrubam secretário Angelo Roncalli.


ÂNGELO RONCALLI EX- SECRETÁRIO DA SEJUS-ES 
Foi tarde após quase 10 anos na secretária de Justiça, o mesmo arregou e tirou o boné!! com isso outros diretores de unidades prisionais poderão também perder o carga, pois assume agora André Garcia, vamos aos fatos: Após ter sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPES), Ângelo Roncalli pediu nesta segunda-feira (17) exoneração da Secretaria de Justiça (Sejus). Ele é acusado de participação em desvios e irregularidades praticados no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases). Seu lugar será ocupado por André Garcia, atual gestor da Secretaria de Ações Estratégicas.

Além de Roncalli, a lista de denunciados pelo MPES também inclui a ex-diretora presidente do Iases, Silvana Gallina, e os diretores da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), Gerardo Mondragón e Ricardo Rocha Soares. Os dois últimos são responsáveis pela gestão terceirizada das unidades de internação de adolescentes.
Investigação
As investigações, segundo o secretário de governo Tyago Hoffmann, tiveram início após o Estado ter sido notificado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos na Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre violações de direitos humanos no Iases. As investigações – que levaram o nome de Operação Pixote – foram realizadas por uma força-tarefa comandada pelo delegado Rodolfo Laterza. Nela, foram identificados crimes como superfaturamento de contratos sem licitação, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha, apropriação indébita e falsidade ideológica.
Foi constatada ainda violação de direitos humanos, com instigação a suicídio de jovens, além de rebeliões e fugas que serviriam para justificar a privatização de unidades de internação. Segundo as investigações, Mondragón contou com o apoio direto de Silvana para contratos milionários, superfaturados e sem licitação. E teria montado uma rede de fraudadores que incluía funcionários do Iases e de várias empresas.
Inquérito
O resultado foi o crescimento do patrimônio do empresário, constatado na compra de imóveis de luxo e em recursos depositados em contas de laranjas. O mesmo inquérito aponta ainda que Roncalli teria conhecimento de todas as irregularidades e foi alertado sobre as rebeliões que iriam acontecer.
As investigações mostram, ainda, que o ex-secretário aprovou todos os contratos superfaturados e, por ser presidente do Conselho de Administração do Iases, está vinculado aos atos irregulares supostamente praticados por Silvana.
A carta de exoneração de Roncalli foi sucinta: “Respeitosamente dirijo-me a Vossa Excelência para apresentar pedido de exoneração do cargo de secretário de Estado da Justiça”, diz o texto, em que agradece a confiança e a colaboração da equipe do governo. A mensagem foi entregue na tarde desta segunda-feira e aceita pelo governador Renato Casagrande.
Ex-secretário pediu exoneração para cuidar de sua defesa
Por intermédio de sua assessoria, o ex-secretário de Justiça, Ângelo Roncalli, informou que pediu exoneração do cargo para ter mais tempo de cuidar de sua defesa. Informou também que sua decisão permitiria ainda que a secretaria não fosse afetada pela tramitação do processo. Roncalli, segundo informou sua assessoria na noite desta segunda-feira (17), ainda não havia sido notificado pela Justiça nem tido acesso ao processo.
Em entrevista concedida no dia 22 do mês passado, Roncalli garantiu que não detinha informações sobre o contrato firmado entre o Iases e a Acadis. Afirmou também que, embora o Iases seja ligado à Sejus, possui total autonomia, sendo fiscalizado por órgãos de controle do governo e pelo Tribunal de Contas do Estado.
“O Iases é uma autarquia com autonomia administrativa, operacional, financeira e jurídica. Tem vida própria. Às reuniões do Conselho Administrativo, do qual faço parte, são levadas informações sem detalhes”, disse, naquela entrevista.
Advogados
Juno Ávila, advogada de Silvana Gallina, não foi localizada para comentar a denúncia do MPES. Já Eduardo Sarlo, que defende Gerardo Mondragón e Ricardo Rocha Soares, ainda não teve acesso à denúncia, mas espera que os dois tenham o direito constitucional de responder ao processo em liberdade.

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